quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Copa.

Durante a década de 1940 não se teve a realização das Copas previstas. A tragédia da Segunda Guerra Mundial mobilizou o mundo para o esforço de guerra e impediu a realização dos certames. A FIFA, entretanto, permaneceu mobilizada e tão logo quanto foi possível tratou de marcar a disputa da IV Copa em um país fora do continente europeu, ainda em reconstrução. A Copa do Mundo de 1950 contou com a participação de 13 países. Trinta e três participaram das eliminatórias. O campeonato ocorreria no Brasil.
Para a ocasião, foi construído o Estádio Municipal do Rio de Janeiro, o
Maracanã. O Brasil organizou um mundial que só foi superado décadas depois. O Brasil de Zizinho, Barbosa, Bauer e Plano de fundo
Por causa da
Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo não vinha sendo disputada desde 1938; as Copas do Mundo de 1942 e 1946 foram canceladas. Após a guerra, a FIFA desejava ressuscitar a competição assim que possível, e começaram a planejar a próxima copa. No pós-guerra, a maior parte do continente europeu estava em ruínas. Como resultado, a FIFA teve algumas dificuldades em encontrar algum país interessado em sediar o evento, uma vez que muitos governos acreditavam que o cenário mundial não favorecia uma celebração esportiva, e também era mais importante que os recursos que seriam investidos na Copa do Mundo não fossem extraídos de outras fontes mais urgentes. Por algum tempo, a Copa do Mundo estava em risco de não ser realizada por causa de uma falta de interesse da comunidade internacional, até que o Brasil apresentou uma proposta ao Congresso da FIFA de 1946, se oferecendo a sediar o evento, contanto que o torneio fosse realizado em 1950 (estava originalmente planejado para 1949). Brasil e Alemanha eram os principais candidatos à cancelada Copa do Mundo de 1942; uma vez que tanto os torneios de 1934 e 1938 foram sediados na Europa, historiadores do futebol geralmente concordam que o evento de 1942 provavelmente seria sediado por um país sul-americano. A nova proposta brasileira era muito semelhante a de 1942 e foi rapidamente Eliminatórias
Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA de 1950
Tendo escolhido uma sede segura para o torneio, a FIFA ainda dedicaria algum tempo para convencer os países a mandar suas seleções nacionais para competir. A
Itália era de um interesse particular para a entidade: os italianos eram os defensores do título (vencedores em 1938), mas o país estava se reconstruindo após o final da Segunda Guerra, e primeiramente havia um interesse próximo ao nenhum dos italianos se inscreverem. A Azzurra foi finalmente convencida a participar, porém há rumores que a FIFA teve que custear as viagens para que a seleção italiana pudesse viajar até o Brasil.
Enquanto Itália e
Áustria, duas equipes bem sucedidas no pré-guerra, não estavam sujeitos a sanções internacionais, o Japão, ainda sob ocupação, e a ocupada e dividida Alemanha ainda não tinham permissão para competir. A região do Sarre, ocupada pelos franceses, foi aceita pela FIFA duas semanas antes da Copa do Mundo, vários meses antes que a federação de futebol da Alemanha Ocidental fosse reinstalada. A Alemanha Oriental ainda demoraria mais para fundar sua associação.
As nações
britânicas puderam competir, tendo se reunido à FIFA quatro anos antes, após 17 de auto-exílio. Foi decidido que o 1949-50 Home Championship seriviria de eliminatória, com o campeão e vice se classificando. A Inglaterra terminou em primeiro e a Escócia em segundo, mas os escoceses optaram por não participar da Copa. Só o fariam se tivessem conquistado o primeiro posto.
Dois outros times,
Turquia e Índia, também desistiram após se classificarem. A Índia não foi pois a FIFA não permitiu que eles jogassem descalços. França e Portugal foram convidados para repor as vagas, mas declinaram. Incialmente a França concordou em jogar, mas depois reclamou que as partidas de seu grupo compreenderiam uma distância de mais de 3.000 quilômetros. Os franceses disseram aos brasileiros que não sairiam de casa se isto não fosse mudado. A Federação Brasileira recusou e a França desistiu. Sendo assim, ainda que 16 times estivessem originalmente previstos, somente 13 tomaram parte no torneio.aceita.Ademir (que foi artilheiro) Locais
Seis cidades sediaram o torneio:
Belo Horizonte, Estádio Raimundo Sampaio (Independência)
Curitiba, Estádio Durival Britto e Silva (Vila Capanema)
Porto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Recife, Estádio Adelmar da Costa Carvalho (Estádio da Ilha do Retiro)
Rio de Janeiro, Estádio Jornalista Mário Filho (Estádio do Maracanã)
São Paulo, Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho (Estádio do Pacaembu) da Copa) foi brilhante, mas perdeu na final para o Uruguai.[editar] A competição
Na 1ª fase, o Brasil venceu por 4 a 0 o
México, empatou em 2 a 2 com a Suíça (neste jogo o Brasil atuou com jogadores paulistas, pois o jogo foi no Pacaembu o único fora do Maracanã, desfigurando a seleção) e venceu a Iugoslávia por 2 a 0.
Uma das grandes decepções foi a
Inglaterra, que perdeu por 1 a 0 para os Estados Unidos, numa das maiores zebras de todos os tempos. No seu grupo a classificada foi a Espanha, "a fúria", que venceu a Inglaterra por 1 a 0, o Chile por 2 a 0 e os EUA por 3 a 1. O Uruguai só enfrentou a Bolívia em Recife e goleou 8 a 0. A Itália, bicampeã mundial, também caiu na 1ª fase, mas o time não era nem sombra de antes devido ao trágico acidente aéreo que vitimou o time inteiro do Torino, base da Squadra Azurra. Os classificados foram os suecos, que ganharam da Itália por 3 a 2 e empataram com o Paraguai em 2 x 2, garantindo passagem para a fase seguinte. Na final, um quadrangular inédito e único em copas: Brasil, Suécia, Espanha e Uruguai.
Brasil 7 a 1 na Suécia e Brasil 6 a 1 na Espanha garantiram ao Brasil uma boa vantagem frente ao Uruguai. Em
16 de julho diante de um público de 199.954 pessoas (alguns estimam cerca de 205 000 espectadores) no Maracanã, o Brasil precisava apenas empatar com o Uruguai e o troféu seria dos donos da casa. Após vitórias esmagadoras contra Espanha e Suécia, parecia certo que os brasileiros fossem ganhar o título, especialmente quando Friaça abriu o placar aos dois minutos do segundo tempo. Porém o Uruguai empatou com Juan Alberto Schiaffino e, com 11 minutos faltando para o final da partida, virou o jogo com um gol de Alcides Ghiggia, tornando-se campeões mundiais pela segunda vez.
O Maracanaço
O jogo final é conhecido como
maracanaço, derivada uma expressão latina usada pelos adversários para provocar os brasileiros.
O silêncio tomou conta do
Maracanã às 16 horas e 50 minutos do dia 16 de julho. O Brasil precisava de um empate. Saiu ganhando e perdeu por 2 a 1. Desolados, os quase 200 mil torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio. O time brasileiro fez trinta lances a gol (dezessete no primeiro tempo e treze no segundo). Os jogadores cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas onze do Uruguai.
O presidente da
FIFA, Jules Rimet, conta um caso curioso no seu livro La historie merveilleuse de la Cope du Monde:"Ao término do jogo, eu deveria entregar a Copa ao capitão do time vencedor. Uma vistosa guarda de honra se formaria desde a entrada do campo até o centro do gramado, onde estaria me esperando, alinhada, a equipe vencedora (naturalmente, a do Brasil). Depois que o público houvesse cantado o hino nacional, eu teria procedido a solene entrega do troféu. Faltando poucos minutos para terminar a partida (estava 1 a 1 e ao Brasil bastava apenas o empate), deixei meu lugar na tribuna de honra e, já preparando os microfones, me dirigi aos vestiários, ensurdecido com a gritaria da multidão".
Aconselhado a descer devagar a escada até o vestiário, Jules Rimet ia acompanhado por delegados da FIFA, dirigentes brasileiros e guardas armados com a missão de proteger a taça de ouro.
"Eu seguia pelo túnel, em direção ao campo. A saída do túnel, um silêncio desolador havia tomado o lugar de todo aquele júbilo. Não havia guarda de honra, nem hino nacional, nem entrega solene. Achei-me sozinho, no meio da multidão, empurrado para todos os lados, com a Copa debaixo do braço"
Jules Rimet não conseguiu entregar a taça e decidiu se retirar. Mas logo depois voltou e
Obdulio Varela recebeu a taça. Rimet disse: "Estou feliz pela vitória que vocês acabam de conquistar. Cheia de mérito, sobretudo por ter sido inesperada. Com minhas felicitações".
Na tentativa de encontrar um culpado para a derrota do Brasil, os supersticiosos de plantão culparam a troca do local de concentração na véspera da final. O Brasil trocou a concentração de Joá pelo estádio do
Vasco da Gama em São Januário.
Outros culpam
Flávio Costa pelas 2 horas de missa na manhã do jogo impostas pelo treinador aos jogadores, que rezaram de pé.
Fase Inicial
Grupo 1
Time
Pts
J
V
E
D
GF
GS
SG
Brasil
5
3
2
1
0
8
2
6
Iugoslávia
4
3
2
0
1
7
3
4
Suíça
3
3
1
1
1
4
6
-2
México
0
3
0
0
3
2
10
-8
24 de junho de
195015:00
Brasil
4–0
México
Rio de Janeiro, Estádio Jornalista Mário Filho
Árbitro: Reader (
Inglaterra)Público: +81 000
Ademir 31', 79'Jair 65'Baltazar 71'

25 de junho de
195018:00
Iugoslávia
3–0
Suíça
Belo Horizonte, Estádio Raimundo Sampaio
Árbitro: Galeati (
Itália)Público: ~8 000
Mitić 60'Tomašević 70'Ognjanov 76'

28 de Junho de
195015:00
Brasil
2–2
Suíça
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Árbitro: Azon (
Espanha)Público: +42 000
Alfredo 3'Baltazar 43'
Patton 17', 88'
28 de junho de
195018:15
México
1–4
Iugoslávia
Porto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Árbitro: Leafe (
Inglaterra)Público: +11 000
Ortiz 89' pen
Bobek 20'Z. Čajkovski 23', 51'Tomašević 80'
1º de julho de
195015:00
Brasil
2–0
Iugoslávia
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Árbitro: Griffiths (
País de Gales)Público: +142 000
Ademir 4'Zizinho 89'

2 de julho de
195015:40
México
1–2
Suíça
Porto Alegre, Estádio dos Eucaliptos
Árbitro: Eklind (
Suécia)Público: +3 500
Casarín 89'
Bader 10'Antenen 44'
Grupo 2
Time
Pts
J
V
E
D
GF
GS
SG
Espanha
6
3
3
0
0
6
1
5
Inglaterra
2
3
1
0
2
2
2
0
Chile
2
3
1
0
2
5
6
-1
Estados Unidos
2
3
1
0
2
4
8
-4
25 de junho de
195015:00
Inglaterra
2–0
Chile
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: van der Meer (
Países Baixos)Público: +30 000
Mortensen 27'Mannion 51'

25 de junho de
195015:00
Espanha
3–1
Estados Unidos
Curitiba, Estádio Durival de Britto
Arbitro:
Vianna ( Brasil)Público: +9 000
Basora 75', 78'Zarra 85'
J. Souza 17'
29 de Junho de
195015:00
Espanha
2–0
Chile
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro:
Malcher ( Brasil)Público: ~20 000
Basora 17'Zarra 30'

29 de junho de
195018:00
Estados Unidos
1–0
Inglaterra
Belo Horizonte, Estádio Independência
Arbitro: Datillo (
Itália)Público: +10 000
Gaetjens 38'

2 de julho de
195015:00
Espanha
1–0
Inglaterra
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Galeati (
Itália)Público: +74 000
Zarra 48'

2 de julho de
195018:00
Chile
5–2
Estados Unidos
Recife, Estádio Ilha do Retiro
Arbitro: Gardelli (
Brasil)Público: ~8 000
Robledo 16'Riera 32'Cremaschi 54', 82'Prieto 60'
Wallace 47'J. Souza 48' pen
Grupo 3
Time
Pts
J
V
E
D
GF
GS
SG
Suécia
3
2
1
1
0
5
4
1
Itália
2
2
1
0
1
4
3
1
Paraguai
1
2
0
1
1
2
4
-2
25 de junho de
195015:00
Suécia
3–2
Itália
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Lutz (
Suíça)Público: +50 000
Jeppsson 25', 68'Andersson 33'
Carapellese 7'Muccinelli 75'
28 de junho de
195015:30
Suécia
2–2
Paraguai
Curitiba, Estádio Durival de Britto
Arbitro: Mitchell (
Escócia)Público: 7.903
Sundqvist 24'Palmer 26'
A. López 32'C. López 89'
2 de julho de
195015:00
Itália
2–0
Paraguai
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Ellis (
Inglaterra)Público: ~26 000
Carapellese 12'Egisto Pandolfini 62'

Índia desistiu
Grupo 4
Time
Pts
J
V
E
D
GF
GS
SG
Uruguai
2
1
1
0
0
8
0
8
Bolívia
0
1
0
0
1
0
8
-8
2 de julho de
195018:00
Uruguai
8–0
Bolívia
Belo Horizonte, Estádio Independência
Arbitro: Reader (
Inglaterra)Público: ~5 000
Míguez 14', 45', 56'Vidal 18'Schiaffino 23', 59'Pérez 73'Ghiggia 83'

Turquia e Escócia desistiram.
Portugal e França desistiram.
Rodada Final
Time
Pts
J
V
E
D
GF
GS
SG
Uruguai
5
3
2
1
0
7
5
2
Brasil
4
3
2
0
1
14
4
10
Suécia
2
3
1
0
2
6
11
-5
Espanha
1
3
0
1
2
4
11
-7
9 de julho de
195015:00
Brasil
7–1
Suécia
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Eliis (
Inglaterra)Público: +138 000
Ademir 17', 36', 52', 58'Chico 39', 88'Maneca 85'
Andersson 67' pen
9 de julho de
195015:00
Uruguai
2–2
Espanha
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Griffths (
País de Gales)Público: +44 000
Ghiggia 29'Varela 73'
Basora 32', 39'
13 de julho de
195015:00
Brasil
6–1
Espanha
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Arbitro: Leafe (
Países Baixos)Público: +152 000
Ademir 15', 57'Jair 21'Chico 31', 55'Zizinho 67'
Silvestre 71'
13 de julho de
195015:00
Uruguai
3–2
Suécia
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: Galeati (
Itália)Público: +8 000
Ghiggia 39'Míguez 77', 85'
Palmer 5'Sundqvist 40'
16 de julho de
195015:00
Suécia
3–1
Espanha
São Paulo, Estádio do Pacaembu
Arbitro: van der Meer (
Países Baixos)Público: ~18 000
Sundqvist 15'Mellberg 33'Palmer 80'
Zarra 82'
16 de julho de
195015:00
Uruguai
2–1
Brasil
Rio de Janeiro, Estádio do Maracanã
Árbitro:
George Reader ( Inglaterra)Público: 199,854
Schiaffino 66'Ghiggia 79'
Friaça 47'





Uruguai





Brasil

A Seleção Uruguaia posando antes da partida decisiva contra o Brasil. Os jogadores em pé, da esquerda para a direita, são Varela, Tejera, Gambetta, Matías González, Máspoli e Rodríguez Andrade; agachados, Ghiggia, Julio Pérez, Míguez, Schiaffino e Morán.
Vencedor
Campeão da Copa do Mundo FIFA de 1950
UruguaiSegundo Título

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